Vou falar da 1ª hora de vida dos bebês no nosso blog.
Passei a semana pensando na 1ª hora – momento mágico que significa nascimento e morte, momento máximo do hormônio do amor, momento capaz de mudar uma trajetória de vida…
Na minha, juntou tudo: minha filha e minha mãe, o parto e a amamentação, meu pai e minha irmã. Depois daquilo nada mais seria o mesmo.
Semana passada, fui assistir o obstetra Michel Odent falar na USP-Leste. Entre tantos possíveis assuntos, ele resolveu falar da 1ª hora e de como em diversas culturas humanas existem rituais de separação da mãe e do bebê nesse momento crítico. Falou desde em culturas primitivas, onde o pajé é chamado para dizer se aquela criança deve ou não sobreviver, e só aí ela é entregue à sua mãe, até na nossa (Que simplesmente substitui a figura do pajé pelo pediatra).
Não, não é só nas sociedades industriais que criamos esses obstáculos!
Reinventamos novos rituais sob novas justificativas. Odent citou movimentos de parto natural, que ao insistirem no contato do pai com o bebê na 1ª hora, acabam por mais uma vez separar mãe e bebê… (isso é polêmico, eu sei.)
E eu, não tive como deixar de pensar no teste rápido do HIV, que atualmente entra como mais um empecilho para entregarmos o bebê para a mãe assim que ele nasce.
Vamos falar sobre tudo isso e muito mais, “não vai faltar pano pra manga”. Escrevam, comentem, perguntem. Até sexta-feira que vem!
Natalia Rea Monteiro
(Doula, estudante de parteira da USP, membro da Matrice e da IBFAN, diretora dos filmes: “Amamentação à luz da 1ª hora”, “NBCAL- Para fazer valer a lei” e “Amamentação: as muitas formas de apoio à mulher”)